Enchente

Acumulado da chuva chega a 165 milímetros no Arroio Moreira, em Pelotas

Pontal da Barra é o mais atingido; na Zona Sul, cheia do rio Piratini obriga famílias a deixarem suas casas

(Foto: Divulgação) - Segundo o Sanep, o acumulado no Arroio Moreira foi 165 mm de chuva

Atualizada às 14h23min

Em 24 horas foram 140,1 milímetros de chuva em Pelotas, segundo a Estação do INMET, e 165 milímetros no Arroio Moreira, conforme informou o Sanep, acumulado que causou muitos transtornos para quem mora em locais periféricos. Ao todo 12 pessoas estão desalojadas e uma desabrigada. O local mais atingido foi o pontal da Barra, no Laranjal, pois contou, além da chuva com a posição do vento que fez subir a água da Lagoa e invadir a estrada que dá acesso à comunidade. A avenida Augusto Assumpção com a Espírito Santo também ficou tomada pela água e um carro acabou caindo no canal na noite de quinta-feira. Na cidade não foi diferente. O canal do Pepino transbordou e a avenida Juscelino Kubitschek ficou tomada pela água. Relatos dão conta que em toda a cidade, o volume de água cobriu as ruas. Com todas as bombas em funcionamento, o boletim do Corpo de Bombeiros, na manhã desta sexta-feira, é que não houve grandes problemas e que a água escoou durante a madrugada. 

No Laranjal, por exemplo, os locais onde foram relatados cheias, a água já havia baixado, menos na avenida Espírito Santo com São José do Norte, local onde os moradores não tinham como chegar de carro. Na estrada do Pontal, uma máquina fez o patrolamento na via. No entanto, com a areia fina sobre o solo encharcado, veículos que passavam pelo local corriam o risco de atolar. Motocicletas utilizaram a beira da praia para fazer o trajeto. Na comunidade de cerca de 50 moradores, a manhã foi de alívio pela a água não ter invadido, mas ao mesmo tempo não escondiam o descontentamento de ficaram 24 horas sem estrada. “Só dava para passar a pé ou de barco”, disse a pescadora Natali Escouto Nobre Sanches, 39. Ela e o motoboy Eliezer Kiesw, 30 anos, compartilham da mesma indignação: a retirada das pedras de contenção da Lagoa. “É um absurdo todas vez que chove termos que passar por essa situação”, dispara o entregador. “Quantas vezes a prefeita (Paula Mascarenhas) vai refazer essa estrada. Esse aterro aí não adianta nada. Cadê as pedras. A quem precisamos pedir para fazer essa contenção”, falou Natali. 

De acordo com o coordenador regional da Defesa Civil, tenente-coronel Marcio André Facin, das 12 famílias desalojadas, oito delas tiveram o auxílio das equipes para saírem das residências, em Pelotas. As mesmas foram para residências de amigos e parentes e por isso são consideradas desalojadas. Em alguns casos, assim que as águas baixaram, estes retornaram às suas residências. A chuva parou por volta de 2 horas desta sexta.

“De forma geral, a região toda vem sofrendo muito com esse cenário de chuvas intensas. Nós tivemos um encharcamento muito significativo ao longo do dia, o que demanda nossa atenção. Essas reuniões são extremamente importantes, pois nos propiciam entender melhor a situação e saber quais ferramentas solicitar quando preciso. A Defesa Civil segue à disposição atuando em conjunto com as demais equipes nos atendimentos necessários”, comentou.


Confira a situação em mais municípios

Capão do Leão:  Pela manhã o Corpo de Bombeiros auxiliou uma senhora a sair de sua residência. 

Herval:  A Defesa Civil de Herval está de prontidão e monitorando a situação. Algumas estradas e pontes estão interditadas, sem a passagem de veículos, como a entrada do Passo dos Vimes, XV de Outubro, Marco Geral, Mingote, Passo do Veado, Bamburral, Passo d'Areia e Jaguarão Chico, além da ERS-608 que liga Herval a Pedras Altas. Algumas famílias estão sendo atendidas pelas equipes da Secretaria de Obras e de Assistência Social, entretanto não há desabrigados.

Canguçu: A Defesa Civil de Canguçu monitora as consequências das chuvas intensas. Algumas estradas e pontes estão interditadas e as aulas da região rural estão suspensas.

Rio Grande: Famílias com residências próximo ao arroio das Cabeças precisaram ser retiradas pelas equipes da Defesa Civil Municipal. 

Jaguarão: O nível do rio Jaguarão e famílias estão sendo retiradas das casas que ficam à margem. Rio Branco também foi bastante atingido.  


Medidas

Frente às fortes chuvas, a prefeita Paula Mascarenhas reuniu uma equipe, no Paço Municipal, com representantes da Defesa Civil e das forças de segurança que atuam no Município. Foi montada uma Sala de Situação, junto ao quartel do Corpo de Bombeiros, para concentrar as equipes e agilizar o atendimento necessário. "Agora todas nossas equipes estão no quartel. Tivemos episódios no Fragata, mas uma equipe da Defesa Civil se deslocou para lá e, no Pontal da Barra que é o local mais atingido, disse o sargento Juliano  Insaurriaga Batista, do Corpo de Bombeiros

Apesar do grande volume de chuva, os ventos não registram números tão altos, o que diminui a incidência de quedas de árvores. De acordo com a Secretaria de Qualidade Ambiental (SQA), até o final da noite de quinta, nenhuma ocorrência foi registrada.

De acordo com a Secretaria de Serviços Urbanos e Infraestrutura (Ssui), o maquinário do Município foi utilizado nesta quinta (7), para desobstrução de canais e vias, serviço que deve ser retomado e ampliado nesta sexta (8). Um relatório inicial da Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR), identificou que algumas pontes e estradas da zona rural de Pelotas foram danificadas pelas fortes chuvas. As equipes seguem mobilizadas, buscando alternativas e monitorando a situação.

A Prefeitura de Pelotas reforça que, em caso de necessidade, preferencialmente, os cidadãos entrem em contato com o Corpo de Bombeiros, por meio do 193, onde todos os serviços do Município mantêm atendimento ininterrupto. Os demais números de emergência como o 153, da Guarda Municipal, e o 192, da Brigada Militar, também seguem com atendimento à população.


Carregando matéria

Conteúdo exclusivo!

Somente assinantes podem visualizar este conteúdo

clique aqui para verificar os planos disponíveis

Já sou assinante

clique aqui para efetuar o login

Acumulado chega a 100 mm e ruas ficam obstruídas em Pelotas Anterior

Acumulado chega a 100 mm e ruas ficam obstruídas em Pelotas

Ponte entre Pedro Osório e Cerrito é interditada Próximo

Ponte entre Pedro Osório e Cerrito é interditada

Deixe seu comentário